Em muitas atividades, trabalhar como freelancer é bastante comum. Na profissão de designer é uma realidade ainda maior, já que muitos preferem não ter um patrão ou não gostam de seguir um regime de horário rígido ou pré-definido. Entre outros fatores, é que infelizmente no mercado do design costuma-se desvalorizar o profissional no regime CLT, oferecendo valores bem abaixo do desejado. Isso faz com que boa parte dos colegas prefiram viver de “freelas”.
Mas para ter uma carreira de sucesso, isso requer alguns cuidados. Um freelancer não tem um trabalho “corriqueiro” como os trabalhadores com carteira assinada. Por isso, esse tipo de profissional necessita planejar sua jornada de forma um pouco diferente. Pensando nisso, resolvi escrever esse artigo para que outros colegas possam saber um pouco mais sobre o tema. Trabalhei como profissional freelancer dedicado por mais de 10 anos.
Mas vamos as dicas:
1) Seja organizado nas suas finanças.
Como a sua principal característica é não ter um emprego fixo, ter as contas em dia e planejar o futuro vão ajudar a não passar apertos. Afinal, os freelancers não recebem alguns tipos de benefícios, como 13º ou férias. E isso faz bastante diferença no orçamento no final do ano. Uma parte positiva é que ele pode ganhar mais por produto realizado. Por isso é importante que esse profissional saiba cobrar de forma eficiente e que seja bastante organizado na sua vida financeira.
Outro diferencial é quando o freelancer tem CNPJ… Aqui, deve-se lembrar que nem tudo que você recebe é realmente seu. Não esqueça que ao emitir notas fiscais, muitas vezes temos encargos que são pagos no mês seguinte. Daí, não pode gastar tudo sem antes separar essa parte. Na verdade não deveria gastar tudo né! rs Deixar de pagar os impostos, trazem problemas futuros. Acredite, se acumular essas dívidas será muito complicado lá na frente pra quitar de uma só vez.
Se você é ou quer ser esse tipo de profissional, não esqueça que durante a sua vida, vai querer viajar, ficará doente, terá custos fixos, etc. Então, consulte um contator ou profissional da área sobre previdência do governo ou privada para “garantir” um futuro melhor. Com certeza não vai aguentar trabalhar na frente do computador por horas pra sempre. Consulte também como ser um investidor, para que saiba administrar sua vida financeira. Muitos freelancers não pensam nisso, quando chega o tempo das “vacas magras” não sabem o que fazer. Pior, acabam aceitando qualquer valor pelos seus serviços para quitar as contas.
2) Tenha um portifólio atualizado.
A principal maneira de mostrar seu trabalho é por meio de um portifólio. É uma espécie de cartão de visitas que o designer tem para apresentar seus trabalhos.
Antigamente era muito importante ter apenas um portifólio impresso. Hoje em dia, também se tornou uma necessidade ter uma versão digital. Caso ainda não tenha experiência, consulte um colega com mais experiência ou pesquise na própria internet como montar um. Caso faça trabalhos em parceria ou por alguma empresa, não esqueça de citar esses nomes. É bastante feio não creditar quem realmente merece.
Para quem trabalha na área impressa, ainda é interessante ter uma versão física (impressa). Pois dependendo do cliente, ele ainda solicita ver um pra conhecer seu trabalho. Mas se apenas tiver uma versão digital (PDF, e-book ou em um site) já será útil.
Deixe seu portifólio sempre em dia. Nunca se sabe quando terá novas oportunidades na vida. Quando elas chegarem, esteja preparado. Já muita gente correndo pra montar um portifólio de última hora por causa de uma vaga repentina.
Segue algumas sugestões de sites para você criar seu portifólio:
a) Behance (link)
b) Adobe portifólio (link)
c) Coroflot (link)
d) Cargo Colletive (link)
e) Wix (link) (aqui você constrói seu próprio site)
f) Journo Portifólio (link)
g) PortifólioBox (link)
k) Krop (link)
L) Linkedin (link) (aqui você pode postar seu currículo e links para seu portifólio)
Se você conhece outros, comente e indique os leitores desse artigo.
3) Mantenha-se atualizado.
É muito comum que o freelancer tenha uma carreira solo. Muitas vezes, ele trabalha com poucas parcerias ou sem compartilhar seus trabalhos com outros profissionais. Também não se preocupa em atualizar seus conhecimentos… NUNCA FAÇA ISSO! Estude o tempo todo! Aprimore suas competências, procure construir projetos dialogando com outros colegas, troque experiências. Se não tem graduação na área, tenha. Se possível, faça pós-graduação ou mais. Quanto maior seu conhecimento em design e áreas a fins, mais qualidade terá seu trabalho. Estude também as ferramentas de trabalho, é com elas que vai produzir seus jobs… Não esqueça de participar de palestras, workshops, cursos, visite museus, etc. Nossa área sofre mudanças constantes, se ficar parado, seu concorrente estará sempre na sua frente! Ah! Concorrente não é inimigo, mas outro profissional (colega) que está lutando para sobreviver. Apenas seja melhor que ele.
4) Cobre o valor justo pelos seus serviços
Parece brincadeira, mas nem todo designer entendeu que trabalho é uma PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS e devem ser cobrados de forma profissional. VALORIZE SEU TRABALHO, ele é importante para a sociedade. Quando você cobra valores absurdamente baratos, o mercado fica ruim, desvalorizado. Desmotiva outros profissionais e os clientes perdem a noção do que é realmente justo. Acredite, o design transforma a vida das pessoas, cria valor e é uma ferramenta estratégica para as empresas. Não é um favor! Nada impede de fazer trabalhos filantrópicos, mas quando não for, cobre o valor justo. Inclusive trabalhos voluntários são ótimos para pegar experiência e ajudar a sociedade.
Se você tem dúvida de quanto cobrar, leia outro artigo que escrevi sobre o assunto no Linkedin (Quanto vale o seu design), ver o link.
5) Crie uma rede de relacionamentos
O networking é a peça fundamental que faz com que as pessoas cheguem até você. Não basta ter um súper portifólio se não conhece ninguém pra mostrar. Participe de eventos, faça amigos, invista as redes sociais, viaje, seja um vendedor do seu trabalho o tempo todo. Talvez seja a melhor das dicas que estou escrevendo… Lembra da frase: só é lembrado quem é visto! Pois é, ela diz tudo…
Sou designer gráfico a quase vinte anos. Trabalhei somente como freelancer por mais de dez. Hoje me divido entre meu estúdio (Quiz Design) e os jobs em uma agência na cidade. Também sou consultor em design do SEBRAE-DF e ex-presidente da Associação dos Designers Gráficos do DF (Adegraf). Nesse último, trabalhei de forma voluntária por muito tempo, onde aprendi muito e construí uma rede de relacionamentos bem interessante.
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